sexta-feira, 16 de maio de 2008

Senti raiva do meu amigo;
Disse o que sentia, minha raiva passou.
Senti raiva do meu inimigo;
Não disse o que sentia, minha raiva dobrou.
Dei- lhe o adubo da minha fraqueza e com lágrimas passei a regá- la.
Depois, ao sol, pus-me a secá-la com esgares falsos de esperteza.
E ela cresceu sem parar até que gerou uma maçã luzidia.
Meu inimigo a viu brilhar, sabendo que ela me pertencia.
Em meu jardim, entrou um ladrão
Quando a noite velava a porteira.
De manhã, eis que o vejo, com satisfação, esticado ao pé da macieira.

(William Blake)

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